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Essencial Supreme, Natura

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Então é Natal, lá vem dona Simone querendo saber o que você fez da vida no ano todo…

Veio também o lançamento com pinta natalina da Natura, o Essencial Supreme, de frasco vermelho e cheiro especiado, como a data pede! Essa é a parte boa, a ruim é a música da Simone.

O perfume foi desenvolvido por Verônica Kato, Jórdi Fernandez e Loc Dong. Vi por aí que muitos o comparam ao Insolence. Em algum ponto de fato eles se assemelham, vamos falar disso.

Supreme começa com notas frutadas que mostram muitas faces: mornas, doces, azedinhas, picantes, suculentas. São breves, logo as flores, verdadeiras soberanas deste perfume, pedem passagem e se estabelecem. São flores quentes, sensuais, polvorosas, e aí eu entendo a ponte entre o Supreme e o Insolence: o cheiro de maquiagem, de talco, ainda adoçado pelas frutas lá da abertura.

É rosa com violeta, com ylang ylang, com jasmim e com íris! Tinha como não ter o cheiro polvoroso e boudoir? Oras, é o supra-sumo da elegância e da feminilidade!!

Mas olha, sem o cheiro de jujuba do perfume guerlinesco. O caminho do Essencial Supreme é amadeirado.

As flores são o tempo todo invadidas por algumas das notas de fundo, são adoráveis essas participações nesse Especial de Natal! Ora é o patchouli, ora a mirra, ora a canela amazônica (ishpink), ora a baunilha.

É um perfume marcante, festivo, vibrante. Mais um acerto da Natura!

Notas de saída: bergamota, grapefruit, ameixa, pimenta rosa.

Notas de coração: ylang, violeta, rosa damascena, jasmim sambac, íris.

Notas de fundo: patchouli, sândalo, ishpink, musk, ambrette, baunilha, mirra, cedro.


Scandal, Jean Paul Gaultier

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Estou muito feliz pois abriu uma loja de departamentos aqui perto do trabalho e lá tem muitos perfumes disponíveis para que os clientes conheçam. Só não cito nomes para evitar transtornos. Lá testei algumas vezes o Scandal.

A embalagem é belíssima, me lembra um outro que também tem as perninhas pra cima, o Head Over Heels, da Revlon, de 1994. Então até agora, nada novo no front, espero que o perfume me surpreenda.

Mas…

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Scandal é uma bomba adocicada de flor de laranjeira e mel, com base de caramelo.

Eu podia parar por aqui, mas vou prosseguir. Inicia com nota frutal cítrica bem discreta, que logo é suplantada com força pelo mel, flor de laranjeira, gardênia e jasmim. Uma bomba de flores brancas com sua faceta melíflua, adocicada e cremosa. Essa parte é deliciosa! Trás sensações quase táteis e maciez e luminosidade. Achei que tinha coco, mas não segundo as notas olfativas oficiais.

Quando surgem as notas de fundo, em minha modesta e dispensável opinião, Scandal perde o ritmo e se torna mais do mesmo. Chega uma forte onda de caramelo, aquele patchouli doce/ardidinho que já vimos até a exaustão e um breve toque licoroso que vem do alcaçuz.

No meio dessa mesmice tem um quê animálico e interessante que vem do mel e da cera de abelha, mas é tão, tão discreto. Quase nem aparece.

Pronto, acabou. Bem como minha empolgação em conhecer o Scandal.

Criado em 2017 por Daphne Bugey, Fabrice Pellegrin e Christophe Raynaud.

Notas de saída: laranja sanguínea, mandarina.

Notas de coração: mel, gardênia, jasmim, flor de laranjeira, pêssego.

Notas de fundo: patchouli, cera de abelha, alcaçuz, caramelo.

 

 

Ah, mas não me diga que já é Natal de novo…

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Eu gosto do Natal, é a única época do ano que eu posso pendurar mil coisinhas brilhantes e coloridas pela casa sem que ninguém me julgue… Viva as luzinhas!!!

Motivos a parte para gostar ou não do festejo Natalino, todo ano aqui fazemos uma seleção de anúncios temáticos e antigos de perfumes. Segue a seleção deste ano!

Feliz Natal para todos!

Clique para exibir o slide.

 

 

Sì, Giorgio Armani

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Mas que elegância! É o que as blogueiras chamariam de ‘perfume de rica’!

Sì tem uma maturidade refinada, combina perfeitamente com a modelo de sua campanha, a atriz Cate Blanchett.

Vamos do começo então…

Assim que o perfume sai do frasco e ganha o ar, senti frutas vermelhas, me fez pensar nos pés de framboesa silvestre que tem lá na cidadezinha onde meu pai mora. Frutos não muito doces, mas muito saborosos e de cheiro bom! Na sequência temos rosas com aspecto polvoroso, cheiro de creme, de batom novo.

Posso estar ficando louca mais ainda, mas Sì me trás durante sua evolução um quê de vinho branco espumante, lambrusco.

As notas de fundo se revelam depressa e se misturam lindamente com as rosas e as frutinhas, tornando Sì mais cremoso e encorpado. Renasce na pele mais intenso, mais adulto, mais dono de si.

A baunilha não tem apelo gourmand, casa lindamente com o patchouli e o ambroxan (sintetizado a partir do esclareol e trata-se de um éster de odor ambarado. Em muitas vezes, na perfumaria, substitui o âmbar gris e trás toque aveludado e sensual a composição).

Que textura! Hora borbulhante, ora acetinado, ora envolvente como um tecido macio e morno. Sì tem lá sua doçura, mas olha, em nenhum momento é gourmand ou lembra guloseimas ou é infanto/juvenil. É muito bem executado, todo na medida certa.

Criado em 2013 por Christine Nagel e Julie Masse.

Notas de saída: cassis.

Notas médias: frésia, rosa de maio.

Notas de fundo: baunilha, ambroxan, patchouli, notas amadeiradas.

 

Totem, Puri Perfumes

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totem

Hoje a história será longa, empolgada, orgulhosa!

Vamos voltar lá pra 2016, quando escrevi esse post aqui. Através dele, o Rodrigo Alcântara da Puri Perfumes teve a ousada e deliciosa ideia de recriar, de reinterpretar um clássico polêmico da perfumaria mundial: o Tabu, da Dana, nascido em 1932.

Nosso trabalho ali começou. Em abril de 2017 recebi as primeiras amostras desenvolvidas pela marca. Desde então viemos trabalhando em um perfume que fosse novo, com identidade própria, mas fizesse menção ao clássico da Dana. Depois de muitos testes, muitas alterações e muitas discussões sobre a embalagem, apresentamos ao mundo o TOTEM!!!

Rodrigo me deu a honra de nomear o perfume. Muitos não sabem, mas sou psicóloga e grande admiradora do trabalho de Freud. Oras! É dele o fantástico texto ‘Totem e Tabu’, de 1913, onde o autor busca analisar a gêneses dos totens – símbolos sagrados e respeitados –  e dos tabus – proibições de origem incerta –  que cercam e cerceiam as liberdades individuais e coletivas de uma determinada sociedade.

O Tabu cumpriu bem o papel de ser proibido e lascivo. O Totem vem como uma ode ao mítico perfume, resgatando toda a ancestralidade da antiga perfumaria. Totem é perfume como há tempos não se faz mais…

A escolha da embalagem, da etiqueta, das cores, da tampa, tudo foi tão meticulosamente pensado! O conceito retrô, a elegância, a alusão a algumas das embalagens (das muitas) que o Tabu já usou, tudo foi pensado. Trabalho de anos, muito esforço e investimento pela Puri. Só tenho a agradecer e me orgulhar por ter participado deste projeto!

Vamos ao Totem…

Mas que embalagem linda, não acham? Tô apaixonada…

 

Aviso: Totem é perfumão, nada dessas coisinhas róseas e sem identidade que as marcas lançam às dúzias todos os dias.

É um perfume de pegada retrô, esfumaçado, animálico, opulento.

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Aqui tem laranja doce, tem pêssego aveludado, tem um bouquet floral aldeídico intenso com pegada boudoir, fetichista, retrô. Imagino uma diva do cinema dos anos 40 se deliciando com o Totem em sua penteadeira espelhada…

Totem tem couro, tem tabaco, tem especiarias, tem a faceta escura/proibitiva/erótica da civeta. É ao mesmo tempo voluptuosamente feminino e lascivamente masculino. Uma amiga que teve a oportunidade de conhecer o Totem no dia em que eu o recebi disse: “eu me apaixonaria por uma pessoa com esse cheiro...”

O tom esfumaçado e boudoir é constante. É um perfume intenso, noturno, feroz. Tem cheiro cálido, é tão quente quanto a pele de quem acaba de escorregar para fora do conforto e calor de uma cama.

A projeção e fixação são excelentes!

Jean Carles – criador do Tabu e grande mestre da perfumaria – certamente está orgulhoso de nós, Rodrigo! E eu ainda mais. Obrigada e parabéns!

Idôle, Lancôme

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Que frasco! Inovador, finíssimo, parece um celular… Bom, faz sentido pensando que é um perfume que eu acredito ter por público alvo a chamada geração de VSCO Girls e  demais tendências relacionadas.

Apesar de meu azedume frente a essa nova geração de perfumes cor de rosa e parecidíssimos, Idôle se destaca e foge um tanto a essa regra. Pra começo de conversa, ele me lembra em alguns momentos um outro perfume, bem antigo até: o 5th Avenue, da Elizabeth Arden, perfumão floral lá de 1996. Aliás, muitos juram que o icônico e dourado Jadore (de 1999) também bebeu muito na fonte do 5th…

Acho que são as notas rosa-jasmim-almíscar-baunilha, notas presentes nos dois. Eu seria capaz de jurar que no Idôle também tem lírio-do-vale, aquela coisa floral-verde.

Idôle abre como notas verdes, cítricas e aquosas-doces: pêra! Fruta fresca, geladinha, e perfeita. Nas notas de fundo temos um imenso bouquet de rosas e em meio a elas, pequenos chumacinhos de jasmim ainda não totalmente plenos, ainda em botão.

Esse conjunto rosas-jasmim faz uma alusão ás bombas florais dos anos 90, viu… algo que já fora visto antes, mas precisou ser amenizado e ‘refrescado’ para a nova geração.

No fundo temos almíscar com pinta de produto de higiene pessoal e baunilha discretíssima, com cheiro de hidratante caro.

Um perfume bonito, porém nada inovador. A não ser o frasco, que fora criado pelo arquiteto e designer industrial Chafik Gasmi. O frasco de Idôle é o mais fino do mundo com apenas 15mm de espessura.

Criado em 2019 por Shyamala Maisondieu, Ariana Medina e Nadege le Garlantezec.

Notas de saída: bergamota, pera.

Notas de coração: rosa turca, rosa de maio, jasmim indiano.

Notas de fundo: baunilha, almíscar branco.

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Alphonse Mucha na FIESP

Fantástico Circo, Granado

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Sabe, eu adoro parques de diversões. Fiquei arrasada quando o Playcenter, tradicional parque aqui de SP, fechou. Mas atualmente mato a saudade no Marisa, um parque pequeno porém muito bonito que tem na zona leste de SP…

Sua Louca, o que isso tem a ver com o perfume? Vamos lá… o circo é uma arte milenar já praticada na Grécia, China, Roma e muitas outras civilizações, mas seu formato foi modificando ao longo do tempo. Principalmente entre os séculos XIX e XX, abrigou em suas tendas os freak shows (os ‘shows de horrores’, onde pessoas com deformidades e condições genéticas peculiares eram exibidas como atrações). Animais ‘exóticos’ e selvagens também eram exibidos, lamentavelmente. Anexos a essas atrações, era comum existir algum tipo de atração mecânica, como uma roda gigante ou um carrossel.

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Não que a origem dos parques de diversão esteja atrelada diretamente ao circo, mas veja bem, sempre foram próximos, onde tinha um, geralmente estava o outro. Afinal, eram como que ‘complexos de entretenimento’.

tradição dos parques de diversões surgiu na Europa, de espaços onde as pessoas compravam ‘ingresso’ para terem acesso a algumas atrações. Estes parques tiveram origem em feiras medievais, que  existiam desde o século XII na Grã-Bretanha.

Aí me vem a Granado e lança uma linha infantil com nomes de Fantástico Circo (na embalagem temos a ilustração de um palhaço, uma equilibrista, uma bailarina e um elefante se equilibrando em uma bola)* e Safári Encantado (na caixa deste se vê um carrossel e uma roda gigante).

Como, meu Deus, como resistir? Como não olhar as embalagens e não sentir imediatamente o cheiro da pipoca doce, do algodão, da maçã do amor? Como conter a euforia, a adrenalina da montanha russa ou do número do malabarista?

Enfim, tenho em mãos o Fantástico Circo e busco loucamente pelo Safari.

É uma colônia infantil, então não espere nada além do prazer efêmero e mágico de uma volta em seu ride favorito!

Seu cheiro é tão suave, tão gentil… é lavanda e néroli polvorosas, daquele tipo que você até amolece os ombros depois de inalar. Depois chegam notas florais empoadas, discretas e gentis, que novamente acariciam sua pele e dão risadinhas marotas.

Por fim, temos uma outra recordação: óleo infantil! Sim, aquele conforto e maciez amendoada, almiscarada e leitosa. Outra vez você aspira com força, se perde em algum lugar confortável, macio e acolhedor. Ou em um lugar de delícias da sua infância, aí pode ser o parque de diversões, o circo, a casa de algum familiar…

E passou. Fantástico Circo fez sua mágica e aos poucos se devanesce, fechando o portal que por alguns segundos, te mostrou uma lembrança, uma idealização ou até mesmo um sonho!

Por isso, Granado, eu te agradeço!

Notas de saída: angélica, néroli, lavanda.

Notas de coração: lírio do vale, peônia, íris.

Notas de fundo: almíscar, sândalo, fava tonka.

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*Diga não aos circos que apresentam animais entre suas atrações. Não apoie esse tipo de entretenimento cruel.


Essencial Supreme, Natura (outra vez!)

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Quarentena né. galera? Afinal de contas a vida de seu familiar, amigo, vizinho, colega e daqueles que você não ainda não conhece vale mais do que qualquer coisa né? Vamos lutar pelo direito de permanecer em casa, preservando a nossa saúde e a dos outros. Não vamos dar ouvido a apelos oligarcas que só se preocupam com os lucros de suas empresas, onde seus funcionários são números e pouco importa se João, Pedro ou Maria morrem. Trocam por Joana, Antonia, José sem pestanejar, coisas da vida… Ao pequeno empreendedor, toda minha solidariedade.

Maaaassss…

Vamos aproveitar o tempo pra falar do que gostamos, perfumes!

Essencial Supreme Natura perfume - a novo fragrância Feminino 2019

Já falei antes do Essencial Supreme mas só agora nos conectamos verdadeiramente. Aí resolvi falar dele novamente, por que afinal, percepções mudam!

Antes de mais nada, há no Supreme algo de dois outros perfumes, de um avassalador que marcou época e tem muitos admiradores: o Poison, da Dior. E de um mais recente, o Insolence, da Guerlain.

Tem sim. Mas o ponto aqui é o Supreme, não os demais. Deixo a impressão aos que quiserem conferir e se sentirem a vontade, me contar depois!

Supreme é quente, aconchegante, sensual e tem camadas sucintas, o que me agrada. Começa com uma explosão cremosa e adocicada, mas sem mergulhar no tacho dos perfumes gourmand. O que o ‘adoça’ e o torna elegante é o atalcado boudoir da violeta (oi, Insolence!). Essa nota permanece um bom tempo na pele, mas não impede que ele ‘desabroche’ em um perfume floral opulento. Chegam a jasmim soberano, o ylang ylang exótico e elegante. E ainda tem uma ameixa pra dar suculência (oi, Poison!).

Quando as flores já se estabeleceram, já fizeram sua festa, a violeta lembra a todos que ela também é estrela neste perfume e as polvilha com uma nova camada polvorosa, desta vez com um poder de dulçor maior, como se suas pétalas fossem cristalizadas em delicada camada de açúcar. Glaceadas, melhor assim.

Aí chega a canela e empresta seu exotismo e calor. É canela em rama, madeira doce e picante, que nos faz entender porque tantos navegaram atrás de tão sedutoras especiarias… E não vamos esquecer o ishpink, nota atualmente muito presente nas criações da Natura, que é chamada de canela também na região amazônica, Colômbia e Equador.

Mas raios, o que é o tal ishpink? Oras, é o Ocotea quixos, Pelo que li, a parte da árvore usada para extração do óleo essencial são os cálices florais. Raros, pois florescem apenas a cada 2 anos.

Aceite foliar de Ocotea quixos (Lam.) Kosterm.: actividad ...

Nas notas de fundo temos a baunilha, bem discreta e totalmente ofuscada pelo patchouli, que vem brevemente picante, brevemente canforado e coloca um freio no ‘atalcado’ da violeta.

Um belo perfume, de linda performance! Perfumão, do jeito que eu gosto.

Notas de saída: bergamota, grapefruit, ameixa, pimenta rosa.

Notas de coração: ylang, violeta, rosa damascena, jasmim sambac, íris.

Notas de fundo: patchouli, sândalo, ishpink, musk, ambrette, baunilha, mirra, cedro.

Grasse, a cidade dos perfumes!

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Difícil entender que o mundo mudou né? Mas como eu disse na última resenha, vamos falar de coisa boa iogurteira Top Therm, como diz a mítica Aracy!

Recomendo alguns artigos sobre Grasse, a cidade francesa considerada “capital mundial do perfume”.

Um deles tá em inglês, mas dá pra pedir pro Google traduzir não é?

https://www.fragrantica.com/news/The-Unpopular-History-of-Grasse-13531.html

http://www.qualviagem.com.br/grasse-e-a-capital-dos-perfumes-na-franca/

https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/viagem/noticia/2017/11/um-passeio-pelos-aromas-de-grasse-a-capital-mundial-do-perfume-cj9ysxcon056n01qggjhqhy49.html

https://www.brasileiraspelomundo.com/grasse-a-cidade-do-perfume-1509103649

Boa distração e se der, se você puder, fica em casa!

Só pra constar: Molinard, eu te amo!

Molinard Parfumerie in Grasse France | 4 On A Trip

Livro: “1001 Perfumes – O Guia Completo”, por Daniel Barros

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Olá, como vocês estão?

Sim, estou sumida, mas hoje venho trazer uma deliciosa novidade, o lançamento do livro: “1001 Perfumes – O Guia Completo”, por Daniel Barros (do instagram @fragcoach).

O livro é uma verdadeira enciclopédia dos perfumes, trás informações preciosas sobre a história da perfumaria e muitos outros tópicos que certamente agradarão do iniciante no universo da perfumaria ao já conhecedor e apaixonado!

Além de ter um guia super completo de perfumes, dos nacionais à aclamada perfumaria de nicho.

E não é só isso ligando agora você também vai receber o livro está disponível GRATUITAMENTE por 24 horas, só clicar no link abaixo!

Daniel, desejo todo sucesso com sua nova obra! Você merece!

Perfume, Moda e Cultura – Estudos Reunidos

Delires de Roses, Caron

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Se existe neste mundo perfume mais sublime e gentil feito com rosas, eu desconheço.

Olha só quem tá de volta, aloucadosperfumes!!! E com um Caron, pra voltar em grande estilo, luxuosa ela…

Delire de Roses é da lendária casa de perfumaria Caron. Foi criado em 2011 por Richard Fraysse.

Das rosas Caron, tenho enorme apreço pelo Nocturnes – perfume da década de 80 – e o considero a antítese do Delires. Explico: enquanto Nocturnes, como diz o nome, é um perfume ‘escuro’, misterioso, profundo, cheio de nuances e segredos, Delires não tem nada disso: é um perfume luminoso, aberto. Pronto para oferecer aos afortunados pela sua presença com rosas e mais rosas, radiantes e recém desabrochadas.

Começa com um imenso buquê de rosas multicoloridas, tem botão, tem rosa plena. São cremosas e amanteigadas, é isso! Logo surge uma nota floral aquática que joga o perfume lá pra cima, refresca e quebra a impressão de rococó que os perfumes com predominância de rosas tendem a causar.

Que leveza, que carícia na pele! Aos poucos aparece a nota brevemente adocicada, aquosa e frutal da lichia, que não passa dos limites de coadjuvante, tá ali só pra ser dama de companhia pra soberana rosa e emprestar seus sumos.

E tem notas verdes nele. Em alguns momentos me fez pensar no Feuilles de Rose, da Molinard e sua bruma esverdeada e ‘folhosa’. E de fato, li que o perfumista Fraysse utilizou o acorde chamado “folhas de roseira”.

Mais pra frente surgem outras notas florais, tem o lirio do vale crocante e verde famoso em Diorissimo, tem o jasmim com sua nuance animálica e narcótica. Mas são tão bem dosados! Nunca, em hipótese alguma tentam roubar o protagonismo da rosa, como já fez ensinou a bonita lichia lá de antes.

Tenho alguns perfumes favoritos com as rosas: o já citado Feuilles, o Encre Noire, o Secret de Rochas Rose Intense, o Nahema. Mas olha, Delires abriu caminho entre eles com força, tá ali par a par com os queridinhos…

O que ele me trás a mente em um primeiro momento? A Dança da Fada Açucarada, de “O Quebra Nozes”, célebre ballet de Tchaikovski.

Nada tenho da leveza e graça de uma bailarina, exceto o cheiro de Delires de Roses na pele. E queria que essa pequena amostra que tenho durasse para sempre…

Notas olfativas: rosas, lótus, lichia, notas verdes, jasmim, lírio-do-vale.

A QUÍMICA DA CRIAÇÃO DE PERFUMES – UMAABORDAGEM EDUCATIVA (artigo científico)

Perfumes e Musica

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“Música é perfume.” Proferida pela cantora baiana Maria Bethânia, a sentença explicita o caráter sensorial embutido na arte e na memória musical. No jogo aparentemente ilógico da memória, a música também deixa aromas, sensações, impressões que um ser humano pode carregar por toda a vida a partir de uma canção.
Muitos estudos de áreas como Neurociência, Musicologia e Aromacologia apontam laços estreitos entre a musica e os aromas.
A crença de longa data de que certas fragrâncias estão associadas a certos tons de música pode ser rastreada até 150 anos atrás. O perfumista Piesse (1867) destaca esse vínculo entre aromas e música, afirmando que “existe, por assim dizer, uma oitava de cheiros como uma oitava na música”. Sophia Grojsman, uma perfumista bielorrussa, afirma que compor música é semelhante a produzir fragrâncias. Existe também uma semelhança entre termos profissionais usados por perfumistas, uma vez comparados àqueles geralmente usados pelos compositores musicais na criação de aromas e música.
As notas musicais, as notas olfativas…
Os arcordes das sinfonias, os acordes olfativos…
As fragrâncias são compostas por vários ingredientes, também chamados de notas, assim como na música. E enquanto cada ingrediente é uma nota, dois ou mais ingredientes formam os acordes. Curioso não é mesmo?
Mas não é qualquer combinação de ingredientes que resulta em acordes. Assim como na música, novamente, a perfumaria tem quatro tipos de acordes que vamos conhecer a seguir.
Fougére, palavra francesa que quer dizer “samambaia”, é um acorde que surgiu após o lançamento do Fougére Royale, da casa de perfumes Houbigant, em 1882. Marcou a história da perfumaria masculina mundial com sua fragrância fresca e confortável, resultado da combinação inédita de lavanda e cumarina, componente sintético extraído da semente de cumaru ‑ internacionalmente conhecida como fava tonka. Com o passar do tempo e a evolução da perfumaria, o acorde fougère clássico se modernizou trazendo mais ingredientes sintéticos à sua composição, como o famoso dihydromyrcenol, o Iso E Super e o Evernyl, que entram no lugar do vetiver e do musgo, deixando o fougère mais transparentes e fresco.

O acorde Chypre nasceu com François Coty, em 1917, no perfume “Le Chypre”. Sua inspiração foi a ilha de Chipre, banhada pelo Mar Mediterrâneo. Assim como o fougère, o acorde Chipre também pode ser dividido entre clássico e moderno. A versão clássica combina bergamota, rosa e jasmim, patchouli, musgo de carvalho e lábdano. Por conta de novas regulamentações relacionadas ao uso do musgo de carvalho, o acorde moderno substituiu esse componente natural por evernyl, um sintético. Ficou mais sutil, translúcido, com adição do floral sintético hedione e musk, mantendo a bergamota, a rosa e, claro, o patchouli.

Vinte anos depois, em 1925, Jacques Guerlain lançava Shalimar, perfume oriental que muitas mulheres ainda vestem no mundo todo. Shalimar nos apresentou o acorde Oriental. O acorde oriental possui vanilla, benjoim, fava tonka, lábdano, especiarias e patchouli. Ele é a interpretação olfativa dos perfumistas franceses da época sobre o exótico oriente.

O acorde Âmbar é composto por notas quentes e mais resinosas, combinando a vanilla, benjoim, fava tonka e lábdano, aquecendo e deixando um rastro marcante a qualquer fragrância. Pode ser considerado muito próximo ao acorde oriental, porém, sem a especiaria e o ptachouli, o que torna o acorde ambarado mais envolvente e aconchegante do que o Oriental.

Os experimentos realizados por Crisinel, Jacquier, Deroy e Spence (2013) tiveram resultados impressionantes. Suas descobertas mostraram que a associação olfativa-auditiva destacada por pesquisas anteriores agora podia ser projetada com mais detalhes do que nunca. Os tons mais altos, por exemplo, combinavam-se significativamente com os cheiros da laranja cristalizada e da flor da íris, em vez dos cheiros do almíscar e do café torrado. Também se revelou que a maioria dos participantes dos experimentos podia combinar o cheiro de laranja cristalizada à peça de música pretendida. O estudo sobre a associação entre o tipo de instrumento musical e o tipo de perfume revelou que o som dos instrumentos de piano e de sopro combina bem com os cheiros frutados, enquanto os cheiros como o almíscar são mais associados aos instrumentos de sopro. Além disso, suas descobertas mostraram que os sons mais agudos correspondem ao cheiro de fumaça, almíscar, chocolate preto e feno cortado, enquanto os sons agudos combinam melhor com os aromas de frutas (Crisinel & Spence, 2012).
Certos sons de fundo, como uma canção de Natal, podem ser combinados com aromas específicos, como canela, cravo e noz moscada (Seo, Lohse, Luckett & Hummel, 2014). Aromas frutados, por exemplo, como maçã e limão eram consistentemente combinados com sons agudos e, curiosamente, o foram associados ao som do piano.
O som da floresta, também foi associado a sentimentos refrescantes e, consequentemente, a aromas frios e suaves, “o som do vento na floresta induz um aroma fresco”. Ainda, outros elementos do ambiente natural foram associados a aromas cálidos. Este foi o caso do som de pássaros, que foi associado a aromas quentes.
Os cientistas comparam a percepção do cheiro com a melodia de uma música, com as notas representando os glomérulos que são ativados. Porém, sem o tempo correto, tanto uma música quanto uma experiência sensorial se desfaz, como explica o estudo. Mudar, por exemplo, a sétima nota de uma melodia pode ser imperceptível, mas trocar as duas primeiras pode resultar em uma música completamente diferente. Com o cheiro, a questão não envolve apenas quais glomérulos são ativados, como também a sequência temporal seguida por eles. Aí está a importancia de uma Piramide Olfativa bem estruturada e dotada de Harmonia Evolutiva.

“Notas que Ressoam: Assim como uma composição musical é dividida em notas de topo, médias e de base, os perfumes são construídos de maneira semelhante. As notas de topo são a introdução, as médias formam o coração da melodia, e as de base prolongam a ressonância, deixando uma impressão duradoura.
Gêneros Musicais e Familias Olfativas: Da mesma forma que diferentes gêneros musicais evocam diversas emoções e atmosferas, os perfumes também variam amplamente em suas expressões. Um perfume floral pode elevar o espírito como uma sinfonia clássica, enquanto uma fragrância amadeirada pode ter o conforto do acústico.
Playlists e Paletas Olfativas: Assim como criamos playlists para diferentes humores ou ocasiões, selecionamos perfumes que complementam nossos estados de espírito, momentos ou eventos especiais, orquestrando uma atmosfera através do olfato”. (Fonte: https://www.facebook.com/watch/?v=1101880687696165 https://www.facebook.com/RenataAshcarPerfumeSpecialist?__tn__=-UC)

Fontes:
https://www.scielo.br/j/rbgn/a/MN7Vc9KF47QyDw9zgvYJfHy/?lang=pt


https://paralelaescolaolfativa.com.br/artigos/o-que-sao-acordes-olfativos/


https://www.terra.com.br/byte/ciencia/pesquisa/cientistas-desvendam-relacao-entre-cheiros-sons-e-memoria,4ed8ecafcd5ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html?utm_source=clipboard


https://www.sescsp.org.br/editorial/os-aromas-da-memoria-musical/


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