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Mitsouko, Guerlain (post republicado)

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Mitsouko foi criado por Jacques Guerlain em 1919. Foi inspirado na heroína do romance de Claude Ferrièrre, ‘La Bataille’, uma história de um amor entre Mitsouko, a esposa do japonês almirante Togo, e um oficial britânico. A história se passa em 1905, durante a guerra entre a Rússia e o Japão. Ambos os homens foram para a guerra, e Mitsouko, escondendo seus sentimentos com dignidade, aguarda o resultado da batalha para descobrir qual dos dois homens vai voltar para ela e ser seu companheiro.

Uma especulação: o nome pessoal “Mitsouko” no uso dos caracteres chineses na língua japonesa é Mitsuko. O “Mitsu-” significa “mistério” ou “misterioso”.

Possui o mesmo frasco de L´Heure Bleue (1912). De maneira simbólica, esses dois frascos abrem e fecham os parênteses entre o início e o fim da guerra.

Mitsouko é fragrância misteriosa, não permitindo que todos possam ver a sua beleza. A abertura é longa, como um jogo de todas as belas notas, e, é claro, esta fragrância não é para uso diário comum. Na pele soa como se ele começa de longe, sem qualquer alusão à sua intensidade e do lado sensual. Mitsouko é um dos aromas bem conhecidos do grupo olfativo chypre com notas de cabeça frescas e musgo de carvalho na base. Mas também tem uma nota de um pêssego suculento, o que dá uma nuance clara e bastante gourmand. Possui bergamota, pêssego, jasmim, rosa de maio, especiarias (canela), musgo de carvalho, vetiver e madeira. A fragrância é exuberante, incomum e elegante, não muito doce, nem pesado, é bem equilibrada. Eau de Toilette é muito mais nítida, enquanto a Eau de Parfum é mais quente e agradável. A riqueza total da composição, no entanto, é revelado apenas na concentração de perfume” (Fonte: Fragrantica).

Lançado 2 anos depois do mítico Chypre, da Coty (1917) – que deu nome a toda uma família olfativa – Mitsouko é o chypre perfeito! Diz-se que foi um dos primeiros a utilizar o acento sintético de pêssego – aldeído C14.

Mais uma vez a “Guerlain antiga” me confunde e me atordoa… E nem sou fã número um da família chypre… Por que não consigo distinguir as notas com tanta facilidade como consigo com a maioria das elaborações atuais? A resposta é tão simples: maestria, boa elaboração, boas matérias primas, inspiração! Bem como Shalimar, Jicky e Habit Rouge, Mitsouko abre portais. Permite-nos viajar a uma época onde perfumaria era arte, e não comércio. É um dos perfumes mais completos, bem feitos, ricos e atemporais que conheço. Muitos poderão dizer que “cheira a coisa velha”, ou que “é o perfume da avó”, mas por favor, mais uma vez eu digo: não falem isso! Abstraiam essa questão do que “cheira a novo” e do que “cheira a velho”, substitua por ‘cheira a clássico” e “cheira a moderno”, ou qualquer outra terminologia menos chucra, por favor… Mitsouko, apesar de ser inabalável, entristece quando alguém o rotula como perfume de velha…

Mitsouko é perfeito. Ao mesmo tempo leve e pesado, sutil e impactante, delicado e agressivo, conservador e transgressor. O aspecto “guerlinade” é suave e com pouco do atalcado característico desta época da perfumaria Guerlain. Mitsouko é seco, é frio, mas não distante. É reservado, é misterioso, como seu nome sugere. Passou sim por reformulações ao longo dos anos para substituição dos componentes ditos alergênicos, mas não acredito que seu aroma tenha sofrido alterações drásticas.

Poderia ficar horas falando bem dele, mas acho que seria redundante… Mitsouko é beleza e refinamento. Mas digo: se você está acostumada (o) a formulações modernas, frutadinhas, docinhas e gourmands (e quem não está? É a maior parte dos lançamentos comerciais…), ele vai te agredir, te fazer torcer o nariz e espirrar, vai te despertar certa aversão. Nesse momento, por favor, lembre-se que estará na frente de um dos maiores clássicos da perfumaria, um verdadeiro monumento. Solenemente, curve-se e preste reverência…

Notas de saída: cítricos, jasmim, bergamota, rosas.

Notas de coração: pêssego, lilás, jasmim, ylang-ylang, rosas.

Notas de fundo: especiarias, âmbar, canela, musgo-de-carvalho, vetiver.

Abre com jasmim e rosas fortemente aldeídicos, deixando logo o pêssego adornado pelo ylang-ylang sobressair e dominar a composição. As rosas sempre presentes tornam a composição mais feminina e dócil. As especiarias (sinto uma leve ardência: seria cardamomo? Cominho? Pimenta?) mais especificamente a canela são exóticas e ariscas! O musgo-de-carvalho que é parte obrigatória de um perfume chypre é profundo. O vetiver torna a base do perfume menos pesada, parece que faz as demais notas ‘levantarem’…

E no final das contas, com quem Mitsouko, heroína resignada e indecisa ficou? Não sei, confesso que não li o livro. Quanto ao Mitsouko perfume, espero que ele fique comigo, que não me falte…


Una Senses, Natura

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Antes de tudo, perdoem meu sumiço. Tive (e tenho) algumas questões familiares pendentes. Maaaas – como diz a Aracy – vamos falar de coisa boa, Iogurteira TopTherm.

Mentira, vamos falar do Una Senses, lançamento da Natura. A linha Una já é bem conhecida e bem sucedida, tanto os perfumes quanto a linha da maquiagem.

Senses foi criado por Veronica Kato e pelos perfumistas da Firmenich Yves Cassar e Pascal Gaurin. Une a força da terra e o calor do fogo, inspirado nas sensações dos elementos da natureza. O frasco tem as cores bronze e verde, belíssimo olhado contra a luz. Tenho essa mania, adoro ver os frascos contra a luz, as cores se revelam…

A saída do Una Senses vem frutada, levemente picante e coberta de caramelo. Parece que vai ser um perfume enjoativo, mas longe disso…

Logo aparecem flores. Jasmim e tuberosa de pétalas carnudas, macias. Tem uma textura deliciosa! Sabe aquelas flores cerosas que dá vontade de arrancar uma pétala e passar no rosto, sentir sua suavidade, umidade e fazer com que o perfume se transfira para nossa pele? Essa!

As notas de fundo descritas pela marca me deixaram confusa. Sim, pois elas não são exatamente de fundo. Elas estão aí bem antes disso, rodeiam o perfume, trazem sensações. O acordo gourmand caramelado e picante existe desde o início, o sândalo e as madeiras lactônicas vão e vem em ondas, o tempo todo! Tem o toque achocolatado da fava tonka de mãozinha dada com a baunilha bem culinária, coisa de extrato para doces e bolos mesmo.

Mais pra frente percebemos um toque resinoso, doce e quase místico. Benjoin! O âmbar e o almíscar trazem conforto, aquela sensação de calor e aconchego que transformam alguns perfumes em uma ‘casaco líquido’. Ouvi uma vez esse termo e ele nunca saiu da minha cabeça. Temos pouco vocabulário para o sentido do olfato, e esse termo emprestado do tato parece cair como uma luva!

Bem no final tem um toque polvoroso e achocolatado que eu juraria ser heliotrópio. Mas pela descrição oficial é patchouli.

Una Senses é quente como o fogo, acolhedor como a terra!

Um perfumão!

Notas de saída – mandarina, blackcurrant.

Notas de coração – tuberosa, jasmim, floral transparente.

Notas de fundo – sândalo, cedro, baunilha, musk, cashmeran, benjoin, âmbar, patchouli,  acorde gourmand lactônico, fava tonka.

Krasnaya Moskva (Red Moscou), Novaya Zarya

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Antes de tudo, um pouco da rica história da marca e do perfume:

Krasnaya Moskva (ou Red Moscou) foi a primeira fragrância ‘soviética’ e certamente a mais popular. De acordo com os perfumistas que trabalham para Novaya Zarya (a fábrica de cosméticos em Moscou, Rússia), a fragrância foi criada por Auguste Michel, mas a data em que foi lançada a fragrância permanece obscura: ou aconteceu em 1913, ou em 1917. De acordo com os arquivos do Osmotheque, Krasnaya Moskva foi criado em 1925.

Krasnaya Moskva é conhecido por todos os cidadãos da ex-União Soviética e seu nome é repleto de associações emocionais. A fragrância é um exemplo clássico de um chypre floral suave, com uma nota fresca de cabeça (bergamota, coentro, neroli, aldeídos), um coração floral picante, com base no cravo, rosa, jasmim e ylang-ylang e uma nota de base, composta de madeiras, notas balsâmicas, íris e tonka.

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Novaya Zarya era antes a fábrica de Henri Brocard em Moscou (antes da Revolução, em 1917) e mais tarde foi nacionalizada e recebeu um novo nome soviético – Novaya Zarya.

Henri Brocard foi para a Rússia após a tentativa fracassada de seu pai, Athanase Brocard, de desenvolver cosméticos e sabão na França e depois nos EUA. A concorrência lá era muito forte, mas a Rússia, com a aristocracia e a emergente burguesia ávida de luxos, parecia ser um vasto e atraente mercado.

Henri Brocard começou sua própria fábrica em Moscou, em 1861: ele começou produzindo cosméticos baratos, tais como sabão e pó dentifrício para a classe mais baixa. Seu sabão foi um sucesso instantâneo, devido ao seu preço atraente baixo e a boa qualidade.

Sua mercadoria foi apoiada por publicidade inteligente e bem-humorada: as pessoas nos cartazes da marca eram civis ou camponeses e as cenas retratadas eram muitas vezes bastante cômicas. Acabou por adotar o slogan: ‘O Sabão Nacional’.

O mercado de cosméticos da Rússia já existia muito antes da chegada de Brocard: a enorme fábrica francesa, A.Rallet & Co. (um dia conto sobre a polêmica entre um dos perfumes da Rallet e o Chanel °5), fundada por Alfonse Rallet em 1843. No entanto, a fábrica da Rallet produzia principalmente pomadas e perfumes caros. Após a Revolução, a fábrica foi nacionalizada e ganha um novo nome, Svoboda (‘Liberdade‘), e ainda está em funcionamento.

Brocard, feliz com seu sucesso inicial na Rússia, começou a produzir cosméticos de alta qualidade, acrescentando óleos essenciais e glicerina na esperança de ganhar uma clientela de mais alto nível. Logo a mercadoria de Brocard despertou o interesse da família real e muito em breve a fábrica tornou-se a fornecedora oficial de Sua Alteza Real, Alexandra Fiódorovna, a esposa do último czar russo Nicolau II. O sabonete de luxo que ele começou a produzir não era simplesmente de alta qualidade, também foi muito atraente: oval ou redondo, com letras esculpidas em cada um. É altamente provável que a esposa de Brocard, Charlotte Ravey, que cresceu e estudou na Rússia (mas era na verdade de origem belga), o ajudou muito, já que ela conhecia a cultura e costumes russos.

A fábrica mais tarde acrescentou fragrâncias a sua lista de produtos. A marca ganhou vários prêmios em diversas mostras e feiras, como as realizadas em Nizhny Novgorod, Rússia e até mesmo Paris, na França. Henri Brocard morreu em Cannes, França, em 1900.

A fábrica foi nacionalizada em 1917, depois da Revolução Comunista, e foi atribuído um nome sem sentido ‘ fábrica de Sabão # 5’. Só mais tarde, em 1922, foi dado o nome do novo Novaya Zarya, que ainda perdura. Curiosamente, Polina Zhemchuzhina, a esposa do famoso político soviético Molotov (e amigo íntimo de Stalin esposa Svetlana Allilueva), foi CEO da fábrica por dois anos ( 1930-1932).

Durante a Segunda Guerra Mundial, a fábrica, como muitas outras, foi transferida para Sverdlovsk (anteriormente e recentemente Ekaterinburg ), na área de Ural.

Novaya Zarya tem aproximadamente 64 perfumes criados. O nariz que trabalhou nas fragrâncias é Auguste Michel. (fonte: http://www.fragrantica.com/designers/Novaya-Zarya.html)

Atualmente a casa tem novo nome, agora atende pelo nome de Nouvelle Etoile. Uma velha-nova estrela que sempre brilhará no céu da história da perfumaria!

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……………..

Por tudo isso, acabei comprando o Red Moscou. Pelo contexto histórico.

Ele é um floralzão extremamente datado, com um quê de Guerlinesco. É sim, tem algo das fragrâncias antigas de Guerlain. Acho que é a tonalidade atalcada.

O melhor dele? E pura história! Gente, é o perfume que assistiu as mudanças sociais da Revolução Russa! Isso me emociona e me faz viajar aos invernos rígidos e aos palácios rebuscados dos czares (vamos falar a verdade: o povo na Rússia de tal época mal podia comprar pão, quanto mais perfume. Então é coisa de czar mesmo…).

Notas de saída: bergamota, flor-de-laranjeira, coentro.

Notas de coração: jasmim, rosa, cravo (flor), ylang-ylang. E digo: tais flores somadas ao coentro são a verdadeira alma do perfume. Reinam sobre as demais notas olfativas… O cravo e o jasmim imperam!

Notas de fundo: íris, baunilha, fava-tonka. A íris é soberana nesse tríade. A baunilha e a fava-tonka só fazem figuração…

O perfume é intenso, ‘carregado’ demais. Mas quer saber: sou uma profunda admiradora do Red Moscou. Ele atravessou um século, assistiu duas guerras mundiais, resistiu às mudanças da sociais e econômicas da Rússia, do Comunismo, da Guerra Fria, da Perestróika. Nunca deixou de ser produzido.

É um monumento russo!

Ho Ho Ho, o Natal chegou!

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Senhoras e senhores, os festejos natalinos estão novamente aí! Esfregando na nossa cara que o ano passou voando e não fizemos nem metade do que prometemos e planejamos! Mas é assim mesmo, o importante é tentar!

Que tal vermos aquele monte de velharias anúncios de perfumes com temática natalina, como fazemos todos os anos?

Aliás, prometo que em 2019 tentarei fazer posts com maior regularidade nesse humilde blog (desde que a vida me dê uma folga e pare de me pregar peças desagradáveis)…

Enfim um Natal iluminado e perfumado para todos vocês!

Clique para exibir o slide.

 

Ilía Dual, Natura

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Sumi né? Me perdoem. Além de estar enfrentando uma séria doença em família, o calor não colabora. Como avaliar perfumes, como se deliciar com eles se está 57 graus e tudo desanda? Não evolui adequadamente, não dura na pele devido a transpiração, um horror!

Aí eu recebi o Ilía Dual da Natura. Já tinha lido sobre o lançamento e resolvi passar algumas noites debaixo do ventilador com ele na pele, para tentar passar minhas impressões sobre o bonito.

Aliás, bota bonito nisso…

Ilía vem para “reconhecer e admirar a beleza das dualidades femininas, ressalta a autenticidade dos opostos que se complementam.”

Começa com flores melífluas e adocicadas, polvilhadas de canela e um aspecto apimentado delicado. Suas notas de saída me causaram uma breve sensação de ‘pinicar’ a ponta do nariz, aquela provocação gostosa no olfato! Faz a gente ficar curiosa pelo que vem depois.

Segue o cortejo de flores! Tuberosa soberana, jasmim majestoso, mimosa plena de néctar e mel. Ah, as flores! Essas fadas da natureza, cada qual com seu encanto… A mimosa me é muito querida, tem um aspecto de mel que me causa uma sensação na boca, algo caramelizado que se eu morder, vai grudar no dente de uma forma travessa e deliciosa.

Mas espera, não vamos parar por aqui não! Logo sinto uma nota aveludada e cheia de atitude, elegante. Couro! Pelica macia e fina, sensual e protetora. Junto a ela chega uma nota melindrosa e incomum na perfumaria feminina, o tabaco! Mas que lindeza! Esquece o tabaco trágico dos cigarros, vamos pensar em charutos finos e cachimbos. É achocolatado, amadeirado, úmido!

Depois de muitas, muitas horas na pele (9, pra ser exata) no local onde Ilía Dual foi aspergido ainda existe um odor brevemente medicinal e ‘xaroposo’. Seria o benjoim?

Agora só consigo imaginar com ovai ser lindo o desempenho do Ilía Dual em dias mais frescos…

Notas de saída: acorde luminoso hesperídico, canela, pimenta rosa.

Notas de coração: mimosa, jasmim, tuberosa, flores iluminadas.

Notas de fundo: acorde tabaco e couro, cashmeran, benjoin e ládano.

PS. Tentei achar uma imagem de uma mulher em uma moto, vestindo couro e que nessa tivesse algo relacionado a flores. IMPRESSIONANTE como todas as imagens de mulheres motociclistas são erotizadas, estereotipadas e não condizentes com a prática do motociclismo. Obviamente, não utilizarei nenhuma dessas. Trago essa, que nos faz lembrar que podemos ir onde quisermos, que o mundo é nosso!

Women Riding Motorcycles

Fonte: https://silodrome.com/stories-of-bike-sister/

 

Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 1

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Já falamos sobre perfumes no Antigo Egito? Já sim, você pode ver aqui, aqui e aqui.

Porém, em 2016 fui chamada para fazer uma palestra online no Ciaroma 2016 e agora resolvi trazer para vocês parte do texto que elaborei para o evento! O tema que desenvolvi foi justamente a Perfumaria no Antigo Egito.

Como não se fascinar pela história das civilizações antigas, ainda mais quando há relação com a perfumaria!

Vamos lá então?

Antes vamos pontuar algumas coisas sobre a história da perfumaria no geral. A palavra perfume vem do latim ‘per fumum’, que significa ‘através da fumaça’. Isso nos leva a tempos imemoriais onde os homens faziam oferendas e atraíam a atenção de suas divindades adicionando ao fogo ervas, resinas, madeiras que modificavam o odor da fumaça, que a fazia ser perfumada.

O perfume era uma forma de ligar o homem ao sagrado.

O perfume como conhecemos hoje começou a tomar forma no final da Idade Média, quando surgiram águas aromáticas de finalidades medicinais, em uma época que o banho era evitado. Em 1370 surgiu a precursora da água de colônia, que era um preparado inspirado na então Rainha da Hungria. Foi chamado de ‘Água da Hungria’ e era composto de de alecrim, resinas e destilado alcoólico.

Durante o Renascimento a arte da perfumaria teve ascensão. Em 1533, quando a nobre Catarina de Médici mudou-se para a França a fim de casar-se com Henrique ll, levou em seu séquito o perfumista Rene Blanc, chamado de ‘O fiorentino’. Ele fundou a primeira boutique de perfumes de Paris.

No início do século XVIII o barbeiro italiano Giovanni Paolo Feminis, residente em Colônia, na Alemanha, comercializava a chamada acqua mirabilis composta de essências naturais da Itália (neróli, bergamota, alecrim e lavanda diluídos em álcool neutro). O sucesso foi tanto que seu parente Giovanni Maria Farina (que ficou conhecido como Jean Marie Farina) veio ajuda-lo na produção. A fórmula fora registrada com o nome de 1714 Água de Colônia e o mundo tornou-se mais perfumado!

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Coisa muito recente no mundo da perfumaria é o borrifador. Nos anos 60, 70 o perfume não tinha nenhum tipo de válvula, era passado com os dedos. Virava-se o vidrinho, e com os dedos colocava-se o perfume nos pontos escolhidos do corpo. Na minha opinião, isso torna o ato de perfumar-se muito mais íntimo e sensual, envolve outro sentido além do olfato, o tato. Porém existe o risco de contaminação do perfume, em seus dedos podem existir bactérias e partículas diversas que podem acelerar o processo de oxidação do produto e até mesmo existe o risco de desenvolver uma alergia em virtude do líquido contaminado.

Continua…

Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 2

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Chegamos então no Antigo Egito. Os perfumes egípcios eram na forma de óleos e unguentos, eram bem diferentes do que hoje conhecemos como perfumes.

Tais produtos tinham importância religiosa, medicinal e cosmética. Olíbano era queimado ao nascer do sol para o Deus Rá e ao anoitecer mirra era queimada como oferta à Lua.

Sendo o perfume algo voltado aos Deuses e ao Faraó, sua personificação na Terra, existiam laboratórios produtores dentro dos templos. Era comum a queima de incensos e o uso de óleos perfumados para honrar estátuas sagradas.

Vamos falar um pouco sobre o Deus Nefertum (ou Nefertem), divindade da cidade de Mênfis, deus solar da cura, beleza e dos perfumes, de acordo com um mito de criação egípcio, Nefertum teria surgido de um botão azul de lótus, tornando-se “aquele que traz a luz”, o primeiro raio de sol.

Tem como adorno na cabeça uma flor de lótus e seu nome significaria, de acordo com os vários autores, “Lótus”, “Perfeição absoluta” ou “Atum, o belo”.

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Acredita-se que Nefertum possa ser a criança que, ao amadurecer, se torna o deus Rá. Ou então, seria a flor sobre o nariz desse Deus, perfumando e iluminando seus caminhos. No Livro dos Mortos está escrito: “Levanta-te como Nefertem do lótus azul, para as narinas de Rá, o deus solar criador, e saia no horizonte a cada dia.”

É considerado patrono da arte cosmética, das plantas curativas (inclusive das narcóticos e afrodisíacas) e da aromaterapia. Por ser o raio de sol de todas as manhãs, também era associado ao renascimento e, portanto, patrono de vários ingredientes utilizados no processo de mumificação.

Assim sagrado e do agrado das divindades, o perfume era muito utilizado nos ritos de mumificação, sempre de olho na eternidade e em ser reconhecido (e querido) pelos Deuses. Quando o desencarnado chegasse em sua nova morada sua alma seria reconhecida através de seu perfume.  Resina de pinheiro, mirra, cássia, cedro, olíbano, eram utilizados nos ritos de mumificação pelas suas propriedades bactericidas e odoríferas.

Havia também Shezmu, conhecido como o “Carrasco de Osíris”, era o deus dos óleos e perfumes utilizados nas mumificações, assim como a divindade demoníaca das execuções, sacrifícios, do sangue e do vinho. Sua função era destruir os malfeitores e cortar suas cabeças, que eram colocadas em uma prensa e esmagadas para produzir sua bebida favorita.

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Continua…

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/historia-e-geografia/67265-5-divindades-egipcias-sinistras-que-voce-talvez-desconheca.htm

 

Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 3

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Durante seu reinado, a rainha Hatshepsut enviou uma expedição a Punt (a moderna Eritréia) e de lá trouxeram bens preciosos como ébano, marfim, ouro e incenso. Aparentemente a expedição trouxe árvores de mirra, que foram plantadas nas redondezas do templo funerário da rainha.

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Na tumba do faraó-menino Tutancâmon foram encontrados óleos perfumados de cedro, olíbano, mirra, coentro. Eram tanto utilizados nas bandagens que envolviam seu corpo quanto preservados em jarros de alabastro específicos para tal fim, os chamados Alabastrons.

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Dentro de tais frascos (riquíssimos, aliás: urnas incrustadas com ouro, potes de cerâmica delicada e calcedônias) os unguentos e óleos eram preservados por muito tempo. Pesquisadores encontraram em um dos jarros da câmara mortuária do faraó um unguento poderia ser recriado da seguinte forma, atualmente.

Perfume de Tutankhamon:

Um quarto xícara de óleo de coco

6 gotas de óleo essencial de nardo

6 gotas de óleo essencial de olíbano

A recriação historicamente correta de unguento precioso de Tutankhamon pode envolver gordura de ganso para a base. A versão mais palatável para o gosto moderno pode ser o óleo de coco.

O ungüento perfumado encontrado na tumba de Tutancâmon era de natureza sólida. Observadores da época citam o aroma similar ao óleo de coco e também lembrando o cheiro de valeriana (Valeriana officinalis).

O perfume foi analisado em 1926 e verificou-se consistir de gordura animal e de uma resina ou bálsamo. Na época eles eram incapazes de ser mais específicos. No entanto, o componente perfumado primário é acreditado agora para ser primo de valeriana, o antigo e precioso nardo (Nardostachys jatamansi).

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A reputação do nardo é antiga. É um ingrediente em algumas fórmulas para Kyphi, o famoso perfume sagrado egípcio. O nardo também foi um componente do incenso sagrado oferecido no Templo judaico de Jerusalém. Ele é mencionado nada menos que três vezes no Cântico de Salomão.

Continua…


Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 4

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Um dos mais famosos compostos perfumados egípcios é o Kyphi. A primeira referência ao kyphi é encontrado nos textos das pirâmides: é listado entre os bens que o rei vai desfrutar em sua vida após a morte. Existe um papiro que registra a doação e entrega de ervas e resinas para sua fabricação nos templos de Ramsés III. As instruções para a preparação de kyphi e listas de ingredientes são encontrados entre as inscrições da parede no templo de Edfu e Dendera, no Alto Egito.

Médicos gregos que estudaram a farmacologia egípcia citam o kyphi como um medicamento. Dioscorides estabelece a preparação de kyphi na sua ‘Materia Medica’ e esta é provavelmente a primeira descrição grega do material.

Para Isis e Osiris, divindades egípcias, nos comentários do historiador Plutarco, os sacerdotes egípcios queimavam incenso três vezes ao dia: ao amanhecer incenso, mirra ao meio-dia, e kyphi ao anoitecer. Observa ainda que a mistura foi usada como “uma poção e uma pomada”. No século VII o médico Paulo cita um kyphi ”Lunar” de vinte e oito ingredientes e um kyphi “Solar” de trinta e seis.

Todas as receitas para kyphi fazem menção ao vinho, mel e passas. Outros ingredientes identificáveis ​​eram: canela, casca de cássia, cedro, bagas de zimbro, cana aromática, nardo e resinas como incenso, mirra, resina benjoim, ládano e aroeira.

O fabrico de kyphi tal como indicado no texto de Edfu envolve a mistura e envelhecimento de dezesseis ingredientes em sequência. O resultado era enrolado em ‘bolas’ e colocado sobre brasas para liberar uma fumaça perfumada.

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A medicina egípcia também fazia muito uso de aromas. Pomadas e unguentos eram utilizados para curar os mais diversos males e para proporcionar bem-estar: mirra era usada como anti-inflamatório, fraturas ósseas eram tratadas com emplastros de plantas e óleos. As mulheres untavam a genitália com âmbar e algália a fim de aumentar o prazer da relação sexual.

No período de 2551 a 28 a.C. os egípcios registraram em papiros o uso medicinal de ervas e outras substâncias. Alguns papiros fazem menção a mais ou menos 125 ervas e plantas das quais se extraíam óleos essenciais. Entre eles canela, anis, cardamomo, mostrada, açafrão.

Os primeiros registros do ato de se banhar individualmente ocorreram por volta de 3.000 a.C., e pertencem ao antigo Egito. Os egípcios realizavam rituais sagrados na água e banhavam-se diariamente, dedicando os banhos a divindades como Thot e Bes.

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Os banhos aconteciam pela manhã e antes das refeições. Os banhos das classes sociais favorecidas – o faraó e sua família, sacerdotes e demais pessoas abastadas – era um verdadeiro ritual. Além de água, os egípcios usavam uma pasta de argila e cinzas, a suabu. Incensos eram queimados, os corpos e cabelos eram untados com óleos e pomadas aromáticas e elaboradas maquiagens eram feitas.

Mais do que limpar o corpo, os egípcios presumiam que a água purificava a alma e esta crença era válida tanto para a realeza – cortejada com óleos aromáticos e massagens aplicadas pelos escravos – quanto para a população mais pobre, que recorria inclusive a profissionais de rua quando não conseguiam tratar da própria higiene.

Continua…

Kaiak Ultra, Natura

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Sim, chegou o outono mas o calor continua intenso, infelizmente.

A parte boa é que recebi esses dias o lançamento da Natura, Kaiak Ultra, mas versões feminina e masculina. E encontrei um oásis! Começa pelas embalagens, que dão a sensação de algo gélido, mineral, metálico.

Segundo a marca e a perfumista criadora, Verônica Kato: “Suas estruturas têm um metálico que vem da combinação de anis, estoraque, menta e hortelã. Sua composição conta ainda com um ingrediente especial, um aldeído natural, que proporciona um verdadeiro frio na barriga. Tentamos traduzir aquela sensação que você tem quando cria coragem e mergulha com tudo em uma água supergelada nos dias quentes”.

Pura verdade, dona Verônica! É isso mesmo! Assim que borrifei (as duas versões), tive essa sensação. Parecia que um borrifo gelado invadia minhas narinas, a versão masculina ainda mais! Aliás, ela tem um quê do Bvlgari Aqva Marine.

Mas tem uma diferença importante: Aqva é mar, Ultra é cachoeira! É queda d’agua rodeada de samambaias, pedras. A versão feminina também trás essa sensação, mas é mais terna. Lá no fundo, bem no fundo me lembra a sensação que o Thaty do Boticário me trazia: um conforto, um carinho na pele. Ah, já sei, é a lavanda!

Então vamos lá, tentar dar uma ordem a essa descarga de sensações:

Ultra Feminino: notas iniciais de especiarias frias, aquáticas e cítricas. A sensação gelada passa aos poucos, como se fosse uma roupa que está secando na pele. Aí surgem o jasmim e a lavanda, acariciando, trazendo conforto e ternura. As notas finais são almiscaradas. Apesar do perfume despertar boas sensações, acho que a sua permanência na pele deveria ser maior.

Notas olfativas: cítricos, notas aquáticas, anis, estoraque, jasmim, lavanda.

Ultra Masculino: esse dá até um siricutico no nariz! Gelado que só, é água, é pedra, é vento! Depois de algum tempo surgem notas herbais e amadeiradas que atenuam o aspecto aventureiro e trazem elegância e lugar-comum ao perfume. Explico: depois da explosão das notas de saída, o perfume não é nenhuma grande novidade.

Notas olfativas: anis, notas aquosas, acorde metálico, estoraque, bergamota, hortelã, pimenta-rosa, laranja, limão, alecrim, cedro, patchouli, âmbar.

Ah, a marca sugere que para potencializar a sensação, os perfumes podem ser deixados na geladeira! Isso deve de fato refrescar a alma!  Vou experimentar!

Kaiak Ultra foi meu momento ‘lerigou‘ em meio a esses dias horrendamente quentes!

Perfumes no Antigo Egito: em vida e na morte, do sagrado a sedução – parte 5 – Final

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Diz-se a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1330 a.C. pelos soldados do faraó Seti I, que pararam de receber unguentos aromáticos. Pouco depois (1300 a.C.), coube ao faraó Ramsés II enfrentar uma revolta de trabalhadores em Tebas, que estavam indignados com a escassez de rações, de comida e de unguentos.

Uma invenção muito original foi a dos cones de gordura e resinas aromáticas, chamados de cones tebanos, que eram apoiados no centro da cabeça antes dos banquetes; com o calor no transcorrer da festa, as resinas se dissolviam aos poucos e escorriam sobre os ombros das pessoas, exalando desse modo fragrâncias refinadas.

O perfume era então utilizado como oferta aos Deuses, na medicina, na higiene pessoal e como atrativo também! Como não se deixar seduzir por um delicioso aroma?

Não poderíamos deixar de falar sobre Cleópatra: última rainha do Egito, símbolo do poderio feminino, de beleza questionável, dona do coração de dois imperadores romanos e de fim trágico! Fazia de seus rituais perfumados símbolos da sedução.

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Conquistou o coração do general romano Marco Antônio e conseguiu dele uma aliança com Roma. Pelo que vemos através das descobertas arqueológicas, ela era muito mais atraente do que propriamente bonita, inteligente, ótima estrategista e sabia usar cosméticos e perfumes para aumentar seus encantos.

Diz-se que Cleópatra usava babosa para conservar a beleza da pele e dos cabelos. Sobre seus lendários banhos de leite de cabra (ou de burra), especula-se a rainha fazia banhos de imersão em leite com mel, lavanda, ou pétalas de rosa. Seus rituais diários de beleza durante o banho chegavam a durar 6 horas. Usava sal do Mar Morto misturado ao mel para esfoliar a pele.

Cleópatra possuía seu próprio ateliê de perfume. Dizia-se que ela esfregava perfume sólido na boca antes de beijar um amante, para que o cheiro o obrigasse a pensar nela depois do encontro. Para melhorar o hálito, Cleópatra mastigava pastilhas de kyphi, ervas ou resinas perfumadas.

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Tinha preferência pelo óleo de rosas, em sua célebre visita a Roma, a rainha do Egito deixou um rastro de rosas por onde passou e fez com que tal aroma entrasse na moda por lá!

As velas do barco de Cleópatra eram impregnadas de essência de rosa com isso, ao navegar era percebida antes mesmo de visualizarem as embarcações! Além disso, o trono de seu barco era envolto em nuvens de incenso. Sua presença tornava-se quase mística, era uma deusa em forma humana, exalando perfumes e deslizando sobre as águas.

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Apaixonada que era pelo perfume das rosas, Cleópatra usava as pétalas das flores para forrar a cama e o chão do quarto enquanto aguardava a chegada de seu amado, Marco Antônio. Em sua derradeira noite, antes de morrer, banhou-se e perfumou-se com as mais ricas essências.

E com a presença da célebre Cleópatra terminamos nossa viagem ao Egito Perfumado da antiguidade. Espero que tenham gostado!

Fontes:

Sites:

http://www.touregypt.net/egypt-info/magazine-mag03012001-mag4.htm

https://aloucadosperfumes.com/2013/05/22/kyphi-o-perfume-dos-deuses-no-antigo-egito/

Livros:

ASHCAR, Renata, BrasilEssência: a Cultura do Perfume, 1.ed, São Paulo: Nova Cultural, 2001, 201p.

CORAZZA, Sonia, Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros, 1.ed, São Paulo: Editora SENAC, 2002, 412p.

AFTEL, Mandy, Essências e Alquimia, 1.ed, Rio de Janeiro: Rocco, 2006, 236p.

Ah, o cheiro do carro novo!

Xuxa Meneghel, Jequiti

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Aham, Claudia, senta la“. (Meneghel, Xuxa)

Eu gosto da Xuxa. Cresci assistindo o Xou da Xuxa, tive a boneca dita possuída, vi as gafes que ela cometeu em sua carreira e que hoje viraram memes, usei a fatídica botinha branca de amarrar na perna.

A finalmente conheci o perfume Xuxa, da Jequiti, pelas mãos de uma querida amiga.

E sim, me senti dentro de uma máquina de lavar, batendo e sacolejando, envolta de sabão em pó e amaciante. Que delicinha, que cheiro limpo, que elegância asséptica!

Logo no primeiro momento o perfume trás a sensação de desinfetante, algo adstringente lotado de cítricos, mas essa sensação passa em segundos. Eu, como sou dessas que vai no mercado e passa um tempão abrindo e cheirando todos os tipos de limpadores multiuso e desinfetantes, gostei.

Logo em seguida chegam notas florais limpas, despidas de toda e qualquer parte animálica, melíflua e sexual que uma flor possa ter. Deixaram ali somente a maciez das pétalas, o luminoso e aconchegante aroma floral. Até aí bem comum, nada inovador.

Daí você é assaltado, envolto por uma nuvem de almiscarada que te faz lembrar de sabão em pó, de amaciante, no conforto, na carícia feita na pele por uma roupa recém lavada, perfumada e macia! E você de repente fica com vontade de abraçar o vidro do perfume, abracar a sim mesmo, inclinar a cabeça pro lado e suspirar: “ahhhh…”

É um perfume inovador? Nada. Mas é um dos perfumes que mais me abraçou na vida! Dá quase uma sensação tátil, purificadora, apaziguadora.

Quem estava procurando um perfume coringa, elegante, gentil e acolhedor, toma aqui o Xuxa!

Tem ainda umas notas amadeiradas indistintas, mas que intensificam o prazer e o fazer perdurar na pele.

Combina mais com a Xuxa atual do que com a Xuxa dos anos 80/90, que era elétrica, erotizada, espevitada. Pra aquela dos tempos idos, que perfume você imagina?

Notas de saída: tangerina, hortelã, bergamota, erva doce, toranja.

Notas de coração: rosa, jasmim-manga, flor de laranjeira.

Notas de fundo: almíscar, canela, cedro, âmbar, sândalo.

Diamonds and Sapphires, Elizabeth Taylor

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Os perfumes da Liz Taylor… Só para lembrar que perfume de celebridade não é coisa recente, não é coisa que veio com as cantoras pop e que entregam ao público em sua maioria aguinhas adocicadas/floralzinhas/genéricas.

Lá em 1988 a atriz Elizabeth Taylor lançou em parceria com a Revlon seu primeiro perfume, o Passion. A marca está ativa até os dias atuais, e seu último lançamento foi esse ano mesmo, 2019.

Mas hoje vamos falar do Diamonds and Sapphires.

Ele foi criado em 1993 e claro, é a cara dos anos 90! Um floral frutado com aquele melãozão que fazia sucesso naquela época! Era isso ou o cheiro gelado de ar condicionado dos perfumes da linha do CK One, tô mentindo? Estão aí seus contemporâneos Eden, Escape, L’eau d’Issey, Sunflowers para comprovar a onipresença do melão nos perfumes noventistas.

Diamonds and Sapphires começa nos apresentando um frasco simples e ao mesmo tempo opulento. É elegante, mas tem pinta de antigo.

Num primeiro momento nos mostra melão, lírios, pêssego e um toque herbal brevemente amargo e verde. Anota bem esse melão e esse lírio, pois eles estarão presentes até que o perfume desvanecer.

Por baixo desta camada 90’s, ao som das bandas grunge ou das boy-bands da época (escolhe aí, vai do seu gosto), existem flores. São rosas, jasmim, ylang-ylang. Tem também o azedinho/docinho/crocante do ruibarbo, que para mim é um talo de folha de beterraba com cheiro amorangado.

As notas de fundo são tão ‘mais do mesmo’ que nem vou me prolongar falando delas.

É um perfume que traz muitos elogios heim! As pessoas se tornam nostálgicas, se você está na faixa dos 35/45 anos, ele vai te fazer sorrir e lembrar de uma época já longínqua e saudosa! Pois é, os anos 90 acabaram há praticamente 20 anos…

Além do mais, é um perfume muito barato se comparado aos blockbusters atuais. Vale a pena conhecer – ou reencontrar – caso esbarre nele por aí!

Notas de saída: melão, frésia, gálbano, pêssego, lírio do vale.

Notas de coração: especiarias, ruibarbo, rosa, jasmim, ylang-ylang.

Notas de fundo: âmbar, sândalo, vetiver, almíscar.

Para aumentar o saudosismo e a dose de melão:

Amethyst, Lalique

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Teve um época que eu comprava muitas pedras e cristais, não exatamente pela onda mística e por suas propriedades energéticas. Eu achava bonito mesmo a rusticidade das pedras brutas e um dos meus sonho por anos foi ter uma daquelas drusas imensas, verdadeiras cavernas de cristal.

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Segundo site especializado, a pedra auxilia na purificação do corpo físico, ajudando na eliminação de qualquer tipo de malefício que esteja tomando conta dele. A cor violeta garante a presença de energia protetora capaz de melhorar a nossa captação de energia vital.  Outro poder importante, é a capacidade de despertar os chakras superiores e fortalecer a intuição. 

Enfim, chegamos no bonito, roxo e lapidado frasco do Amethyst. Os volteios em seu frasco são inspirados no objeto Epines (Thorns), de 1920, desenhado por Ralf Lalique.

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O perfume é assim: imagina que você tem na mão um punhado de frutinhas roxas e vermelho-escuras, todas frescas, maduras, doces. Sem se importar se vai manchar a roupa e a pele, você sucumbe ao impulso de as espremer nas mãos, deixar o sumo doce escorrer e o cheiro dessas belezinhas, dessas frutinhas de fada se espalhar no ambiente.

Têm a tonalidade natural de uma geléia, o toque plastificado de bala mastigável.

Passada a invasão das frutinhas, existem flores, são rosas frescas, peônias repolhudas, um tiquinho de ylang-ylang pra encorpar e dar maturidade a toda esta estrutura.

No fundo de tudo tem almíscar, uma nota de madeira delicadíssima e polida.

Amethyst é elegante, fresco, jovial. Perfume para todas as horas e eventos, é doce na medida, frutado na medida, almiscarado na medida. É tão certinho, tão dentro dos padrões que as vezes me entedia.

Mas é bonito. Coisa de fada!

Criado em 2007 por Nathalie Lorson, suas notas são:

Notas de saída: cassis, mirtilo, amora, groselha, morango.

Notas de coração: peônia, rosa, ylang-ylang, pimenta.

Notas de fundo: almíscar, baunilha bourbon, notas amadeiradas.


2019, o ano em que aniversariam perfumes icônicos!

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Saiu no Fragrantica uma matéria sobre o jubileu de perfumes icônicos, eternos! Aloucadosperfumes já falou de alguns deles, então seguem aqui os links das postagens, bem como o link da matéria citada!

Vamos celebrar?

Mitsouko

Calandre

Cabochard

 

 

 

 

Luna Rubi, Natura

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Rubi, o novo flanker da linha Luna! Vermelho, inspira-se na cor da sensualidade e das paixões. O legal é que ele é o primeiro chipre especiado da marca, convida quem o usa a afirmar sua força e a viver como bem se deseja, sem vergonha de suas escolhas, de seu estilo e de seu desejo (texto baseado no material recebido da marca).

Vamos agora às minhas impressões…

O frasco de Rubi me surpreendeu, sabem porque? Porque não é aquele vermelho carregado, fechado, misterioso e que faz alusão ao sensual. É vermelho luminoso, elegante, e aí já tive uma concepção dele: ele respeita a sensualidade de cada um que o usar, dá pra entender? Nada apelativo, nada forçado, nada estereotipado.

Borrifei o bonito. Assim que chegou na pele, senti uma explosão de especiarias envoltas em uma bolha de plástico cor de rosa. Explico… tem canela, tem pimenta, mas estão envoltas no ishpink, nota exclusiva da Natura que me faz pensar em uma mistura de canela, vetiver e bala mastigável de frutas vermelhas, daquelas que você morde e a sala inteira sente o aroma.

Abrem a cortina de plástico as flores, donas da festa: são rosas, peônia, magnólias. São frescas, elegantes, cremosas e dão a sensação tátil de ‘estar vestido de perfume’. Lindo isso né?

No final temos uma miríade de cheiros exóticos, onde destaco o vetiver e a priprioca, amadeirados, picantes, frescos.

Além disso, Rubi me fez pensar em batom. Cheiro de batom caro e novo, sabe?

Se ele estivesse em um teste as cegas, e me dissessem que era criação de alguma casa de nicho ‘hypada’ e que custava 200 dólares, eu acreditaria. Sim, isso foi um elogio!

Tapputi-Belatekallimm, a primeira perfumista da História!

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Antes de mais nada, obrigada Paulo pela envio do link e por me mostrar tão fascinante assunto!

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Taputti nasceu no século XII A.C. do ano 1200 A.C. É considerada a primeira química e perfumista da historia!

Há textos que trazem Tapputi como governanta numa casa da realeza na Mesopotâmia, no período de 1200 a.C.

A referência a seu nome, bem como à de uma pomada feita com flores, óleo e cálamo foi encontrada numa tábua cuneiforme do período. Nessa tábua também se viu a primeira menção a um alambique de destilação, usado por Tapputi na criação de seus perfumes.

E não é que faz sentido? Equipamentos para fazer perfumes, unguentos, pomada e óleos infusos estavam principalmente dentro das cozinhas e nessas épocas, era ali que as mulheres estavam. As cozinheiras eram também as especialistas em desenvolver, com os utensílios usados para preparar comida, além do fogo, que os remédios e os perfumes eram criados.

O tal tablete com as escritas cuneiformes lá de 1.200 a.C. também informa que ela adaptou equipamentos de cozinha e usou diferentes plantas para criar uma série de essências aromáticas.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tapputi

https://super.abril.com.br/mundo-estranho/mulheres-que-marcaram-a-historia-tapputi/

http://mulheresnaciencia-mc.blogspot.com/2013/10/tapputi-belatekallim.html

https://casamay.com.br/2014/06/06/a-primeira-perfumista-que-se-tem-noticia/

 

Lysval, Girard (post revisado)

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Nunca vi perfume mais gótico, mais trevoso, mais Penny Dreadful do que o Lysval.

Tal perfume tem cheiro de rosas mortas. ROSAS MORTAS! Não quando murchas, mas quando secas. Antes de comprá-lo, li em algum lugar que ele cheirava “como um funeral inglês”, fiquei tão curiosa que corri atrás do meu! Sua formulação original é de 1920, e evocaria a tranquilidade e riqueza de uma jardim britânico. Bom, deve ser o jardim de um sereno cemitério, em uma dia nublado, cinzento, no anoitecer…

Embora seja extremamente esquisito e inusitado, adoro suas flores melancólicas e elegantes. É frio, embora sua embalagem púrpura traga algum calor. A caixa é linda e o perfume vem delicadamente encaixado, como uma jóia. O frasco é decorado com uma “lacinho” preto. Como eu disse antes, é um perfume gótico. Pra acompanhar a leitura de Edgar Allan Poe e apreciar as noites brumosas e frias, para acompanhar um inebriante absinto, para usar com roupas de estilo vitoriano. Acompanha bem veludos, corsets, rendas, a Noiva Cadáver…

É essencialmente um perfume floral, e embora oficialmente tenha muitas notas olfativas, eu não as diferenciei. Preferi mergulhar na atmosfera que o perfume oferece. Nada melhor do que ele para acompanhar a atmosfera do Halloween: não a parte brincalhona do dia, mas a parte obscura, o momento em que o véu de torna mais fino e os mundos se aproximam e conseguem se tocar…

Highgate cemetery, London.

Notas de saída: jasmim, ylang-ylang, rosas e flor de laranjeira africana.

Notas de coração: íris, benzoim, sândalo, raiz de orris.

Notas de fundo: jacinto aquático, lírio-do-vale, frésia.

A Girard é uma grife inglesa que conta com 5 perfumes em seu portfólio, e a perfumista responsável é Beverly Bayne (mas não desde 1920, claro…).

Enjoy the Silence…

Pra quem gosta de imagens de fantasias antigas e assustadoras de Halloween, segue um link!

Una Blush, Natura

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Que linda surpresa, o Una Blush! To completamente apaixonada por ele e vou contar como se deu essa história. Quando ele chegou em casa, eu estava gripada, toda entupida, anósmica. Deixei ele ali no cantinho, esperando o momento possível para nosso encontro.

Ele esperou. Chamava a atenção sim, mas soube aguardar a hora certa. Uma bela noite, fui a seu encontro. Admirei a embalagem metálica e sua cor magnifica, borrifei na pele. Oh, mas que familiar soou, que instigante! E aí eu fiquei uma hora o absorvendo, tentando entender o que nele me era tão conhecido e tão exótico. Quando dei por mim, estava entregue.

Como diria o pagode noventista, ‘a paixão me pegou’. Ok, essa foi horrível…

Blush começa com algo cítrico, adocicado, quente e ao mesmo tempo fresco e efervescente. Como pode? Tem casca de cítricos e sumo, suco doce e de cor radiante. Tem gengibre, mas tão diferente de tudo! É o gengibre fresco e recém cortado, picante, exótico.

Aí chegam flores brancas miúdas e brilhantes. Algo balsâmico e de breve tonalidade salina, em perfeita harmonia com o dulçor das flores.

A baunilha muito bem dosada, doce sem ser gourmand, sem flerte com a confeitaria. Tem âmbar e sândalo cremosos e texturizados, macios e acolhedores.

É um perfume de dualidades: fresco e quente, doce e salgado, exótico e sofisticado.

Uma lindeza, meu novo amorzinho! Se você gostou do Olympea, vai forte no Una Blush, acredite, ele é melhor.

Desenvolvido por Veronica Kato e Antonie Maisondieu, suas notas olfativas são:

Notas de saída: bergamota, gengibre, notas cítricas.

Notas médias: flor de laranjeira, muguet, breu branco.

Notas de fundo: vanila, âmbar, sândalo.

 

 

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